PARA VIVER
Existem grandes poetas que escrevem por prazer.
Eu sou pequenina, escrevo para viver.
Na poesia eu respiro
Na melodia eu bebo
Toda a felicidade
Seja dentro ou fora da minha realidade
E assim a escrita faz festa
Pois sem ela a tristeza infesta
Mesmo quando eu choro estou escrevendo
Para que o sofrer se torne ameno
E bebemorando eu vou cantando
Tudo em que a escrever eu me atrevo.
Assim quem quiser me ver chorando
Vai ter que pedir uma cerveja, se aconchegar, dar um bocejo.
Vai ter que fechar os olhos e relaxar
E se agüentar em me ouvir a cantar
Pois para escrever sei que tenho algum talento
Mas não tenho soberba e me atento
Para cantar eu não tenho muita graça
Mas canto mesmo assim canto de pirraça
Solto a voz e canto sem dó
Só paro quando a garganta dá um nó
Espero a lágrima descer, enxugo na blusa.
Não me considero santa, nem Deusa, nem musa.
Mas canto alegrias valsando
E choro tristezas em frevo
Assim vou cultivando ou exorcizando
Cada alegria e cada medo
Como já deu para perceber
Eu preciso escrever
Eu escrevo para sobreviver
Não que eu tenha medo de morrer
Eu só tenho medo nessa vida bendita
É de não poder mais escrever
Se eu perder essa doce magia
Não saberei mais como viver.