Ódio Mortal

Sinto-me em ponto de fazer algo fatal. Minhas mãos pegam fogo. Surgem vontades e idéias que nunca surgiram antes. Estou pronta para tudo. Sinto como se meu coração estivesse congelado e o sangue como se estivesse parado de correr em minhas veias. Mordo minha própria língua para não falar mais um pouco. Apenas permaneço imóvel, olhando fixamente para sua pessoa com expressão de ódio mortal. Sei que você percebeu isso. Você se sente maior e mais forte por me ver quieta, mas no meu interior, nos meus pensamentos, nas minhas idéias, se algo desse momento fosse expressado, certamente você me estranharia por muito tempo.

Nesses momentos acabo acreditando que sou possuída por qualquer coisa, pois meu eu sempre foi muito dócil. É o que sempre me disseram. Mais eu confesso que não é a primeira vez que fico assim quando brigo com você ou alguém, ou quando nada dá certo comigo. Só que quando há você no meio, as coisas sempre pioram, tudo vai pra fossa e eu viro fogo no pior dos sentidos. Fico pior que demônio fresco do inferno.

Ruim mesmo é que um dia, o meu copo d'água irá transbordar e nem eu mesma quero prestar atenção no que eu posso dizer ou fazer. Sim, esse é meu defeito. Demora, mais transborda sim. Fique esperto. Cansei de te avisar e de fazer papel de boazinha e agir como se eu sempre estivesse errada. Será que você não percebe a merda que está fazendo na minha vida desde sempre?

Se eu não tiver coragem de fazer algo com você, eu faço comigo. E depois, se eu te ver chorar diante meu corpo frio e abandonado pelo meu espírito, faço da sua vida um inferno mesmo depois de morta. Te infernarei pelo resto dos seus dias até te puxar junto comigo para o Inferno. Eu vou, mais você vem junto!