Refém das Letras

Refém das Letras

Tentei fugir de ti ao buscar refúgio nas terras burocráticas

Na ilusão de semear num solo profundo e rico

Mas tem algo que pulsa

Que grita dentro mim

Que dilacera meu coração

Então, me refugio nas Letras a fim de apaziguar meu pensamento, minha dor

Minha dor cada vez que fujo de ti

Fujo aparentemente, mas te busco dentro de mim

Como forma de encantar minha alma, quando ela está triste

Quando ela está dilacerada

Meu coração não me engana

Virei prisioneira e refém da poesia

É como se a poesia resgatasse a liberdade do meu ser

Do meu pensamento

Ao pensar em poesia, me sinto livre e refém apenas das Letras

Que apenas me exige que eu seja feliz e senhora do meu destino

Persigo-te, encontro-te e fujo novamente

Por quê será que não te assumo de vez?

Por quê será que não digo a todos que te encontro às escondidas?

Que te busco em pensamento quando minha vida não sai como o planejado

Por quê tu não me aprisionas de vez e me faz refém dos teus prazeres?

Por quê tu me deixas escapar sempre como grão de areia entre as mãos?

Quero ser feliz, quero me refugiar em ti

Quero gritar e ao mesmo tempo quero me esconder

De minha alma errante...

Quero todo o teu encantamento, tua juventude, teu frescor

Dize tu aonde foi parar a minha alegria, o meu sorriso em meio a essas terras insólitas

Quero tua leveza, teu gozo, tua intensidade

Por favor, me invade e me faz criativa, plena outra vez.

Porto Alegre, 04 de março de 2013.