APENAS SER
Meus alunos foram incentivados a escrever uma redação com o tema: SER JOVEM. Ao ler seus textos, comecei a rever a jovem que eu também fui com seus sonhos, certezas e contradições. E se eu tivesse que escrever agora sobre o que sou, o que diria?
O que sou? Jovem? Velha? Mulher? Mãe? Professora? Cristã?
Consumidora? Consumista? Motorista? Cidadã?
Não sei. Dependendo da situação... talvez. Mas nenhum desses espaços me define por completo. Apenas sou pessoa.
Procuro mais do que respostas para o que sou – começo a desistir disso – procuro dúvidas sadias que me levem a buscar outras respostas para o que não sou e queria ser. Enquanto isso, me contento em ser o que posso, o melhor que posso ser em cada vez. Não o melhor absoluto, mas o melhor ao meu alcance com a ajuda de Deus.
Vejo os meus alunos escrevendo sobre o que são, o que acham que são, o que querem ser e o que acham que os outros esperam deles. São jovens sim, mas não só isso, são pessoas também. Com seus erros e acertos, com um potencial de mudança que eu já não tenho mais. Mas, me inspiro neles, me contagio com a esperança de que tudo pode ser melhor e me sinto melhor assim.
Assim, me renovo nos meus espaços de ser. Sendo grata pelo que se pode ter, fazer, pelo que se pode ser.
Apenas ser.
Gisane Márcia Carvalho Dinnouti
Professora dos 9os anos