AUSENTE DE SI MESMO

“O amor desconhece posição e lugar.

Existe entre uma rainha e o mendigo que faz o rei...”

(Shakespeare)

É como se esperar o dia de partir à “indesejada da gente”... (assim estou). As malas prontas, postas sobre a linha da plataforma sem número... E eu não posso aproximar os ponteiros do relógio porque, ou, pelo simples fato de não ser o dono do Tempo.

Ausente de si mesmo, vivo sem inspiração até para as coisas biologicamente necessárias a viver... Tenho desejo do vinho – não tenho o costume. Mas também será desnecessário compreender, compulsoriamente, os anseios do coração.

Tento criar asas, me renovar, mas, o pensamento logo me retrai a condição de “miserável”. Quero fugir da prisão de Hugo – tenho de fazer senão, meu fim será tão amargo quanto Hamlet de Shakespeare.

O que eu fiz meu Deus? Ainda creio que Tu existes. Não subi à cabana de Zaratustra ao encontro do “super-homem” de Nietzsche – não há pretensão nenhuma – Conservo-me no peito o coração aquecido e, no lábio, o beijo íntegro à amada.

Agnaldo Tavares o Poeta
Enviado por Agnaldo Tavares o Poeta em 12/03/2013
Reeditado em 12/03/2013
Código do texto: T4185316
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