Nostalgia
Eu amava suas mãos. Amava quando ele as mexia nervosamente enquanto conversávamos;
Amava quando elas tocavam levemente meu rosto durante um beijo;
Amava quando elas docemente percorriam meu corpo, dando-me uma breve amostra do paraíso.
Ah!
Amava quando seus olhos me fitavam e repousavam nos meus, onde eu via inúmeros pensamentos passarem através deles e se transformarem em um leve sorriso.
Amava apenas abraçá-lo. Permanecer em silêncio envolta em seus braços, sentindo sua respiração. Fechava os olhos e percebia o quão insignificantes eram as palavras por não poderem expressar tudo o que eu sentia naquele momento de silêncio.
Tantas coisas eu amava, mas apenas para mim significavam algo. É triste saber que aquele cheiro embriagante nunca mais chegará, que ficará perdido na memória juntamente com as doces palavras que um dia me fizeram suspirar. É triste saber que aquela música que um dia me fez sorrir bobamente, hoje, me traz lágrimas aos olhos.
As vezes rio, relembrando com nostalgia os bons momentos, mas me sinto inútil, vazia; e quando bebo esse vazio afunda. Mas a mim, cabe apenas procurar tapar esse vão e tentar entender que esse tempo nada significou, e em nada me acresce. Por mais difícil que seja, é o que há para o momento.