Nós e o Futuro

... Eu aqui, caminhando sobre esse mesmo chão

Fagulhas de temporalidade me cercam

Certa dor-de-humanidade me contém nessa vida

Ainda não percebo se morto ou vivo

Morte em vida ou vida em morte

As peças frágeis, que usamos pra montar nosso mundo

Estão quebrando, não suportando o peso da mentira

A doce criança que abre seus olhos nesse mundo...

Que pena, eu diria... Que a má sorte desperte seus ideais

Eu diria que sou essa quimera, esse monstro alquímico

O resultado de seus devaneios mais criativos e caóticos

Eu sou essa fresta por onde você enxerga o mundo tão infinito

Sou a forma do universo se reconhecer senhor-do-tudo

Existe algum sabor de vitória que apenas a derrota nos dá

Quando perdemos para as nossas tentações e desejos mais voluptuosos

E o nosso anti-heroísmo é ativado com inglória e absurdo

Não existe perdão sem pecado... Rejeito o deus... abraço o vento!

O tempo amorteceu a eternidade, mentiu para os sentidos

Aprendemos a desistir... A inflar o peito com um orgulho morto

Vitimamos o mundo? Despimos a inocência!

Bravo novo mundo, bravíssimo! Que babaquice, que tolice!

Enquanto pseudogenes religiosos dividem a humanidade

Uma retrotransposição da idiotice, fundamentada na experiência-não-vivida, se alastra

Seria um sinal dos tempos? Não, eu diria que é um sinal de que no processo da vida

Destruímos as pontes entre nós, entre nós e a natureza, entre nós e o futuro!

Tomverter
Enviado por Tomverter em 10/03/2013
Reeditado em 10/03/2013
Código do texto: T4181992
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