O início
No princípio: "NADA".
Nada : "É".
Só então o princípio tornou-se Verbo.
Imediatamente, ao se dar conta do que "É", o Nada "Foi".
E antes que despedisse, deixou pra nós o "TUDO": todo o universo...
***
No princípio era o nada.
"Nada" era a mãe, era o pai, era o calor.
"É"- Um verbo. Balbuciado firme porém ríspido devido a surpresa da novidade em dizer o indizível
- Como uma criança que expressa apenas o que se mostra essencial -
Já que tudo que foi, era aquilo que pronunciara; -É- e assentiu ao silêncio.
Compreende logo o que permitiu.
Pôs-se a fragmentar o silêncio e entoar frase no universo imenso:
- "É luz".
e Luz surge.
Luz é tudo. Cria da cruz do pai e da mãe... imersos em primordial calor;
O principio do AMOR foi desse parto
E nasce do ato o "luzir a Luz", o "soar o Som",
o "tempo certo" e o "intento do Bom".
Só aí soube o universo, no gesto, seu verdadeiro dom:
reluzir o que é luz
ressoar o que é som
ritmar o que é certo
semear o que é bom
e nesses moldes que cria gostoso sua grande alegria
faz do calor e silêncio
ressoar infinita harmonia
permití regar-se de sons
num surto; Um pulso: a vontade germina.
Reluzente se faz a cria de livre vontade infinita
que atrai por paixão sua forma de poder legítima.
Quando há poder e vontade
existe sim impreterível ação
que semeará, se for de bom coração.
-legítimo poder,
-infinita vontade
- boa intenção
na ação.
...ei-lo então
o maestro intuindo o ritmo
com sua mão.
***
“ÉS”.
És sim, eco de um silêncio
formado da substancia nula e pura;
Destemido e amado ser amálgamo
Infinita criatura do “nada” e do “tudo”
humilde recriador... de profundos silêncios.