FUI PUNIDO.

Hoje me sinto punido. Já deveria estar acostumado a isto. Minha religião já me mostra os caminhos adversos que devo aprender a percorrer. Nisto me identifico: a punição é parte de minha história. Ela pode vir por palavras, ações, intenções. Quando as formas de expressão são minhas, a autopunição é uma saída agradável já que ela se dá no silêncio de meus pensamentos. Que antes eu me puna do que permitir que outros o façam. Minha severidade a mim me consola e a de outros me corrói a alma. Minha alma está corroída: nisto, choro. Me sinto punido. Antes me punam na carne do que na alma. Puna-me na carne e deixe minha alma livre. Fui punido pelo que não fiz, pelo que não disse, por intenções que não me pertencem... Aceito as punições imputadas sobre a carne e evito as da alma. Meu coração chora agradecendo a punição silenciosa do carrasco e espero que amanhã as lágrimas de minhas dores limpem o caminho que foi desconstruído. Até lá, construo outros caminhos e deixo livre quem me punir para que, amanhã, haja mais sorrisos e mais liberdade.

Carlos Maciel CJMaciel
Enviado por Carlos Maciel CJMaciel em 06/03/2013
Código do texto: T4174768
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.