A TEIMOSIA DO RETORNO
Retornar exige (ou não) complementos e ainda pode ser simultaneamente direto e/ou indireto. Paradoxalmente é, também, atemporal. Embala o presente, o passado e o futuro ao som do canto encantado de uma sereia: a vida. Neste canto, há quem se encante pelo passado e fique por lá. Há quem viva se lamentando, mas há quem acorde deste canto de sereia. Retornar é verbo saudável, mas que nos dá indiretas o tempo inteiro. Às vezes fala diretamente, sem complementos ou rodeios. Pouco importa a quê, de que, para quê, a quem, de quem ou para quem retornamos... Por ele validam-se e valoram-se experiências. Num segundo, revivemos o que, por anos, foi construído. É... Retornar é reviver e porque não dizer remorrer? Pelo retorno, mergulhamos em águas tranquilas que esbravejam como tempestade furiosa que devasta interiores. Aqui mora a oportunidade de reconstruir, de refazer, de resignificar, de reviver, de rememorar, de retomar, de re-tor-nar. Tornamo-nos! Isto é atemporal. No retorno, o que era negativo revela-se como experiência única num grito silencioso de onde se ecoa: valeu a pena! Retornar: impossível escapar dele! Se for assim, porque não retornar? Reviva momentos e (por favor) ressuscite a todos! Refaça-os como bons porque, aos ruins, cabe-se a reciclagem. Reconstrua-os como bem lhe convier. Povoe-se com eles! Retorne-se porque este é o combustível que te trouxe até aqui. Permita-se re-sentir-se! Retorne, recomece, reconstrua, resignifique, rememore... Nutra a certeza de que tudo vai ser melhor. E se não for? Se assim não o for, retorne tudo: retorne pessoas, lugares, sentimentos... Retornar é encontrarmos um misto de oportunidade e coragem: privilégio que retorna o nosso próprio caminho. Tenha coragem! Reviva, refaça mais e melhor! Retorne porque este é um caminho válido e cheio de surpresas...
“O mundo inteiro é um palco e todos os homens e mulheres não passam de meros atores. Eles entram e saem de cena e cada um, no seu tempo, representa diversos papéis”. William Shakespeare