E já disse Renato Russo, Os bons morrem jovens.

...." É tão estranho

Os bons morrem jovens

Assim parece ser

Quando me lembro de você

Que acabou indo embora

Cedo demais"......

Nunca entendi , até começar a estudar a Doutrina Espírita, porque a gente tinha que morrer. Era essa a pergunta que fazia a cada partida brusca ( ou não).

Era tão estranho ir aos velórios de amigos e parentes. As pessoas curiavam o tempo todo, as causas daquilo, ou disso, ou de sei lá o que.

E eu apenas pensava: Porquê?

...."Quando eu lhe dizia

Me apaixono todo dia

É sempre a pessoa errada

Você sorriu e disse

Eu gosto de você também

Só que você foi embora...

Cedo demais!"......

Foi então que aconteceu, aquela madrugada a campainha tocou. E a notícia veio como golpe de espada, dura, cruel, sem piedade. Você também se foi, cedo demais....

Como explicar à uma adolescente cheia de sonhos em mente, que o primeiro amor havia partido?

Ninguém conseguiu. Era complexo demais. E eu , no fundo, não queria mesmo entender.

Nessa hora a gente se revolta, xinga, esperneia e chora. E não entende.

......"Eu continuo aqui

Meu trabalho e meus amigos

E me lembro de você

Em dias assim

Dia de chuva

Dia de sol

E o que sinto não sei dizer..."

O que nos resta depois da partida, é seguir em frente.

Tentando decifrar os mistérios do além vida ( que eu achava não existir)

A curiosidade começava então, a tomar conta e a busca por respostas , se intensificava.

Como que por acaso, caminhando por caminhar, naquela tarde parei em frente a um prédio bonito. Carros e mais carros estacionados. Entrei.

Grupo Socorrista de Ricardo, na pequena cidade de Pirassununga, interior de São Paulo.Ali comecei a entender o que tanto queria. Fui apresentada à uma doutrina que além de esclarecer o que precisava, me ensinou com o passar dos dias, a ser melhor, a ser solidária, a ser mais gente ( é, gente que ama gente!).

....."Vai com os anjos

Vai em paz

Era assim todo dia de tarde

A descoberta da amizade

Até a próxima vez..."

Hoje sei porque partimos!

Partimos porque assim foi pré determinado por nós mesmos.

Evolução do espírito. Resgates. Pagamentos de dívidas morais e afins.

Tudo tem que ser exatamente, como é.

Independente de cedo ou tarde.

A certeza é que sempre haverá a próxima vez. O reencontro. E a renovação.

..."Lembro das tardes que passamos juntos

Não é sempre mais eu sei

Que você está bem agora

Só que neste Ano

O verão acabou.

Cedo demais!".........

E aqui, aos pobres mortais preocupados com a beleza exterior, acúmulo de bens materiais, egocentrismo e afins, restam lembranças de quem partiu. Recordações dos bons momentos. E quisera eu, em minha humilde essência, dar continuidade e seguir piamente, aos bons exemplos deixados por aqueles que, cedo demais partiram.

É assim que encaro a morte hoje.

Uma partida necessária. Dolorida sim, mas que nos faz perceber que, ao nascermos, já temos relacionado no Livrinho de nossa vida terrestre, tudo o que temos e devemos obrigatoriamente, fazer.

Aos que se foram, cedo demais, a certeza de que o reencontro virá.

Aos que ficam , indignados pela dor da partida, um afago na alma, uma prece que acalenta. E a mais justa e real lição de vida :

"....A vida nem sempre é justa conosco. Mas ela é perfeita, em tudo o que faz" ( Chico Xavier ).

Ao som de Love in the Afternoon _ Legião Urbana

# Sincera homenagem ao querido Chorão ( Charlie Brown Junior)

+ 06/03/2013