Uma fábula sem nome e fim
A chuva se forma, e sob a chuva se forma uma lembrança. No quintal da tua história me permiti um passeio, e é aqui que o dono das palavras quis ficar até o findar dos dias.
Nascida das palavras, preenche seu destino com elas, enquanto cantarola em preto e branco a musiquinha, que dali em diante passaria a nos pertencer, de maneira ou outra, e seria então parte inegável de nossas vidas.
Tudo bem, até a meia noite. Foi-se um dia, quem sabe um mês, e a partir de então, não consigo dizer o que passa a acontecer, mas o que incomoda, é saber que disso nem você com suas palavras consegue dizer.
A mão sem jeito afaga, e mesmo que sem querer afasta a saudade que não é mais sentida por aquele coração, e nesse tango sem forma, a caneta não rende muito.
Fez com que me preocupasse num trabalho antes simples. Afinal, olhos que conhecem não se deixam impressionar, e não me canso de fazê-lo.
Outra história, mais uma folha em branco, e um girassol nos teus cabelos. E que assim seja, por um longo tempo.