Assassinando a sintaxe.
A vida é um sopro que sopra a flauta que toca na alma notas sustenidas e suspendidas no ar que faz sonhar e perceber que o morrer é o fim da canção que deixou um refrão que agradou a crítica e a métrica que limita meus versos e conserva as sílabas que formam palavras que lavram as falas dos atores que incenam a vida à cores vivas como flores que um dia secam e perdem os amores morrendo de saudade que vem com a idade e as areias do tempo que seguem o vento e pairam na praia para parar de planar e planejar as terras a conquistar que são desconhecidas como boca de uma amiga que faz soltar saliva em noites de lua cinza como a ponta do lápis que escreve cartazes para fazer amor, as pazes, trazer sorte, azares, afastar a morte, estacionar a vida como quem estaciona carro que para no semáforo a espera do vermelho como sangue das veias que bombeia meu amor por sereias que iludem piratas com seus amores piratas feito muamba do Paraguai que vem e vai sem fiscalização como se fosse o amor querendo vigiar a razão ou a razão regionalizar o amor que está em tudo no cego, no mudo, se viajo e mudo ou se fico, mas mudo ou se fico mais mudo no desfrutar de um fruto proibido que inventou o pecado caduco, pacato, sem nexo como sexo sem sentimento que dura pouco tempo como a vida da libélula que voa como o sentido desse texto... Apenas voa.