O beijo roubado - O último Kiss...
Hoje o silêncio das palavras transmite uma dor inigualável. 1, 2, 15, 231, 1500 jovens pedindo, gritando, chorando, pisoteados, asfixiados, queimados... “Socorro, ajuda” Famílias choravam juntas o desespero de não ter suas crianças acordando tarde no dia 27, de vê-las reclamando do tédio de todos os domingos, vê-las reclamando das segundas-feiras, comentando o retorno às aulas ou, até mesmo, vê-las felizes com o saldo positivo da festa: conseguiram o dinheiro da formatura. Um ingresso que lhes custou a vida. O choro nas esquinas, no ginásio, no bairro, na cidade, no país, no mundo. Uma tragédia que calou não só a voz dos brasileiros, um choro nunca foi tão compartilhado... Voluntários, psicólogos, recepcionistas, médicos, enfermeiros, cozinheiros, agrônomos, diaristas, engenheiros, advogados e juízes oferecendo o que tinham de melhor: consolo. Nada curaria aquele sofrimento. Aquele, talvez, alívio de pais que não tinham seus filhos naquela boate, o choro: “podia ser meu filho”, “eu poderia ter confundido a saída”, “meu filho poderia ter sido barrado a salvar sua vida”(...) Triste, lamentável, trágico... O que falar? Hoje, o silêncio fala mais alto e a ausência dessas crianças faz silêncio em todo lugar...