O PROBLEMA DA VIDA

Os caminhos são múltiplos. A linha do horizonte é apenas o ponto de partida. E, nesta vida, choramos e gritamos loucamente. Sorrimos gratuitamente e nos rebelamos. O sol ilumina a todos, alguns fogem dele abrigando-se nas cavernas, escondendo-se da verdade clara aos olhos dos humildes de coração.

Tornamos a vida um fardo, a tornamos complicada. No entanto, a vida é o que é: um beco iluminado por tamanha claridade que mal conseguimos enxergar a saída.

Portanto, a vida é simples, e por ser tão simples, procuramos soluções mirabolantes e nos descabelamos. A vida é tão simples que todos os caminhos levam a um só ponto de chegada. As grandes questões, no final, não fazem tanta diferença, a vida continua a mesma. O vento continua soprando, os pássaros cantando, os animas procriando etc.

O que precisamos é do signo da leveza. Precisamos nos tornar leves. E apenas viver levemente como se estivéssemos de ponta de pé dançando balé. Não adianta lutar contra a vida, tudo vive. A morte e o nada não existem. Na verdade, como podemos conceber o nada? O nada não existe e isso é quase tautológico. Já a morte... Como conceber a morte se a todo momento observamos a natureza utilizar o material pré-existente para formar nova vida? Vemos energia ser transformada em matéria... Para mim, a morte é uma metáfora da vida.

Morte significa transformação. Tudo sempre existiu de uma forma ou de outra. Seja lá em que forma, sejam os bóssons de higgs ou sei lá o quê... Mas, definitivamente, o nada não existe.

Temos que aprender a conceber o infinito e a eternidade, estes sim existem. O tempo e o espaço são meras ilusões, existe algo que transcende tempo e espaço, caso contrário como teria

surgido o universo? Há algo que independe disso tudo e essa resposta pode estar dentro de nós mesmos, talvez seja o que há de mais essencial, nem que seja O Grande Elétron como diria

George Carlin. E se somos todos formados do mesmo material vagabundo, certamente essa essência atemporal, infinita e transcendental existe dentro de nós. E assim tudo fica claro ao meu ver.

Não pretendo ser a dona da verdade, mas acho que há certa coerência no que digo e penso. Interessante que caminhamos e caminhamos

e parecemos voltar para o pensamento dos antigos.