Sou eu

Sou eu a sela que trincafia

A chave que não desafia

Não retiram...não aprisionam

Retiro eu de mim

Os segredos que mais a mim segredam.

Sou a corrente que arrasta os pés

Na noite escura

Os fantasmas espremidos pelos cantos.

O corpo pesado esquecido das levezas

A fogueira espigando em labaredas.

Sou o vazio e o que está cheio

Sou eu que desagrego

Fecho a cortina e me nego.

Não são esses dedos que me apontam

Ou estes olhares que denigrem minha imagem

Sou eu vestindo essa estranha roupagem.

Não ter um culpado

Ser o que condena e o condenado.

Vivo aqui desejando o etéreo

Ser menos severo.

Dói atravessar a pele em que habito

Revestir-me de tecido infinito

Olhar o firmamento

E querer ter o próximo momento.

Imagino lugares que agora não ouso descrever

Onde o riso corre largo e desenvolto

Cheio dessa felicidade que tanto espero

Que eu mesma solto e desespero.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 27/02/2013
Reeditado em 28/02/2013
Código do texto: T4163230
Classificação de conteúdo: seguro