Quando cai a máscara
É quando cai a máscara...
Quando aperta no peito aquela saudade do que já não sinto, do turbilhão que revolve pensamentos e da volúpia que faz estremecer o corpo.
É quando me olho no espelho e não coligo mais me ver, e se mergulho em sonhos já não existe prazer.
Procuro aquele brilho nos olhos e encontro somente a saudade, que os torna frios e distantes.
É sentir-me viva apenas quando mergulhada no passado. Um passado repleto de fantasias, que o presente fez questão de negar e o futuro não permite mais sonhar.
E quando a carne sulcada pela chibata da vida, diz para a alma que o tempo acabou, ai então o coração agradecido para e deleita este êxtase de poder estancar a dor que o fere e assim dormir o sono eterno.
E é neste momento, sem nenhuma solenidade, que a máscara cai e faz desnudar o espírito, que livre, parte para o encontro do amor que aqui não pude viver.
Mas que eu sei, é eterno e estará esperando por mim.
(Fátima Ayache)
20/07/99