Reais Marginais
Os bons não morrem jovens, não...
Os bons de hoje vivem muito:
sufocados,
perdidos,
silenciados,
coagidos, corrompidos...
O que morre jovem é a bondade.
O que dizer desse mundo cheio de espaço
enquanto você continua sem lugar?
Depois de se achar na multidão você sabe o que deve fazer
mas escondem a oportunidade?
E quando a angústia e o medo são maiores
do que sua boa vontade?
Quando o grito que dão é a última chance de se expressarem
e, não mais, de liberdade?
Quando insistem em dizer que vencer no grito não funciona
nem emociona, só aprisiona...
Diga o que eu posso pensar
dos que podem muito mais
sobre nossas vidas do que nós mesmos
sem, ao menos, percebermos;
Sobre aquele que diz que faz
mas só aparenta fazer...
A aparência não satisfaz,
não alivia a dor de quem ainda está vivo
sofrendo em segundo plano.
À margem de nossas vidas
de nossos presentes e futuros.
Veja aquele cara do outro lado da rua,
uma aparência suja.
Aquela senhora na loja, comprando mais jóias,
aquele pai de família que lê sentado as notícias,
a criança que tem medo e não é ouvida:
Estão todos no mesmo lugar,
à margem da onde realmente poderiam estar.