Nenhuma pena.
Nenhuma dor.
Nenhuma aflição ou consternação.
Nossa humanidade se esvai por entre sorrisos e descaso.
Deixamos e sofrer pelos desafortunados.
Eximimo-nos de culpas ou responsabilidades.
 
Nenhuma pena.
Nenhuma dor.
Nenhuma aflição ou consternação.
O nosso silêncio frente ao sofrimento alheio é prova cabal para a desumanidade que nos invade.
A nossa inação frente ao que aqui está é prova plena de que quase nada mais nos revolta.
Pareço perdido.
Queria sofrer.
Teria que sofrer.
Porem não mais sofro pela miséria alheia.
 
Nenhuma pena.
Nenhuma dor.
Nenhuma aflição ou consternação.
Nenhum amor.
A humanidade se esvai.
A humanidade é cada vez mais uma lembrança do que poderíamos ter sido.
Entregamo-nos, sem revolta ou ousadia, a omissão de nossas responsabilidades.
Nossa humanidade é reles sombra do que deveria ser nossa marca.
Fica o vazio de um ser alienado
Nenhuma pena.
Nenhuma dor.
Nenhuma aflição ou consternação.
 
 
 

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 24/02/2013
Código do texto: T4156410
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