apagando as digitais...
e fechando o caderno de vidro, feito dos cacos e retalhos de um peito ansioso a procura de paz!
foi um mergulho raso de pensamento
eu parecia pinçada num tempo
que me deixou para traz
e vaguei em vazios
de apurados sentidos
olhando vidas pelas frestas
das portas e janelas...
descobrindo passagens secretas
a passos de amor e de dor...
era o presente, uma surpresa à minha curiosidade
e fui, por minha conta, fazendo parte.
foi-se o tempo...
e eu fiquei!
guardando o pó nas gavetas...
hoje espiei minha vida na tela
tateei, como a minha pele
deixei o vento revelar segredos
e fui minando minhas sensações
fechando poros, lavando os olhos
senti que o pensamento virou cimento
e já faz tempo
dói...
tem rachaduras nas estruturas
e quando chove, mofa por dentro
hora da faxina!