Aflições

A falta do que fazer consome o ser humano. Desde cedo temos que aprender que fazer tal coisa ê certo, tal coisa ê errado. Levam-nos a crer em varias versões do certo e errado, temos que ter discernimento, dizem.

Fugimos na maioria das vezes das convenções para realizarmos, mudanças que nem sempre ocorrem da maneira como queremos.

O dia a dia massacra e nos coloca em uma redoma inútil e impessoal, onde nos afastamos de nós mesmos e dos outros.

A criança consegue sorrir com uma naturalidade que não mais conseguimos, são tantas as aflições que as cores da vida vão pouco a pouco se nublando e perdendo o sentido.

Queremos tanto, mas não sabemos priorizar, a vida vai nos levando segundo cada ato, e quando vamos ver somos náufragos, estamos a deriva, sem caminho. Esforçamo-nos, brigamos, fomos concebidos para as vitórias máximas da vida, nascer, crescer, se tornar uma grande pessoa, constituir uma família, emburrecer e morrer.

Morremos diante de tantas responsabilidades que a vida nos impõe que acabamos sem saber se o pouco ou o simples tem importância.

As vitórias máximas são as que importam ser mais ou menos ê pouco. Sucesso ê o objetivo, tem de ser visto, mas cadê todo resto.

A simplicidade do silêncio se perdeu na amargura da cortesia e do barulho das nossas mentes.

Pensamos em demasia e agimos muito pouco, não mais confeccionamos lembranças, somente flashs de uma vida.

Patie
Enviado por Patie em 16/03/2007
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