Não somos absolutamente maus nem absolutamente bons, não somos e nem conseguimos ser absolutamente racionais nem tão pouco absolutamente loucos, não somos absolutamente céticos nem absolutamente crentes, não somos e também não conseguimos ser absolutamente conscientes, mas também não significa que somos absolutamente alienados de nós e do mundo que nos cerca, não sendo assim também inconscientes em totalidade. Não conseguimos ser realistas em excesso e não devemos ser idealistas maiores.
Somos complexos e vivemos o amor, o ódio e a indiferença, vivemos também os desejos e as loucuras, vivemos o que somos e o que podemos ser, vivemos nossa gênese natural e vivemos nosso fenótipo construído.
Não somos cem por cento o que nascemos e nem muito menos o que tentam nos formar. Não nasci tábula rasa, mas não sou também o excesso da ditadura gênica. Os genes são muito importantes, mas nossa mente é plástica e permite rearranjos neurais, e assim somos hoje diferentes do que fomos ontem, mesmo que sob uma estrutura mais ou menos definida pelo genético.
Somos mistérios e naturais, somos lúdicos e sonhadores, somos lúcidos e loucos, somos humanos e animais.
Somos contraditórios.
Somos mutáveis.
Somos frágeis.
Somos passageiros.
Somos humanos.