Fênix
Eu sou afortunada pela vida,
Ainda, que pragueje em palavras,
Lamurias e vãs infelicidades.
Eu sou luz diante das trevas...
Ainda, que odiosos exclamem,
Inverdades e indelicadezas,
Não desalentará meu coração...
Ombros suportam o necessário,
Olhos veem a própria realidade,
O confronto entre ação e reação,
Combatemos em silêncio,
Pelo que lutamos?
Em que acreditamos?
Nada é eterno diante da vida...
Momentos se vão, minutos eternizam,
Palavras se perdem, ou elas somam,
Dons são criados, ou são perdidos,
Destinos esperados, ou desmerecidos,
Diga-me o que fazer?
Quando as ilusões não são vendidas?
Se logo, acabou-se seu prazo e garantia?
E o coração recobre-se de cicatrizes,
Exposto em uma vitrine, tão comum,
Entre tantos outros á venda...
Leiloou seu coração, sua vontade de lutar,
Entregou-se ao mar revolto das amarguras,
O coração não bate, mas, seus olhos refletem,
As águas frias, e o medo de entregar-se,
Ao sol que nascia no horizonte, e a sua gloria,
Esqueceu-se de sua luz, deixou o tempo enfraquecer,
O cuidado e o carinho que tinha pela vida...
E num instante, quando ninguém observava,
Desapareceu-se, fechou-se como uma concha do mar,
Envolveu-se dentro de suas emoções, e sonhos,
E ao abrir-se, redescobriu o amor próprio,
Emergiu, reviveu-se, e caminhou em firmes passos,
Rumo ao que acredita, por aquilo que lutaria,
Ou mesmo morreria.
Querida fênix...
Você é uma vencedora na vida,
Quando morre tu ascende seu fogo,
Você renasce das cinzas e transforma,
Duras palavras em lindas poesias,
É capaz de suportar a dor calada,
É capaz de amar, ainda que ferida,
Encanta meus olhos de beleza,
E meu coração se enche de harmonia,
Ensinou-me em que acreditar,
Ou pelo que devemos lutar.
Obrigada.