As pessoas simples me cativa
Gosto de pessoas simples, que não se vangloriam por possuir coisas... Porque sabem que coisas são perecíveis e que a qualquer vento podem ser levadas...
Gosto de pessoas simples, como Quintana que escrevia poesias para a Maria de todo o dia e para o João cara de pão... E que nas reuniões sociais se sentia isolado, porque o excesso de gente o impedia de ver as pessoas... (as simples).
Gosto de pessoas simples porque a matéria de que sou feito é também simples – minhas origens pertencem ao barro, e ao barro tornarei eu matéria, porque eu alma só a Deus pertence.
Gosto de pessoas simples que prefiram olhar mais nos olhos e quase não no relógio, porque o sabor da companhia é tão proveitoso que o tempo ultrapassa as horas e entorta os ponteiros...
Gosto de pessoas simples que falem de saudades, que não reprima os sentimentos, não sufoca o amor no peito por capricho bobo do orgulho... Que goste de olhar estrelas e que descrer que elas morrem... Porque elas não morrem nunca, pois, é nas estrelas que está a nossa última inocência...