Por que a pressa?

Depois de sentirmos e vivermos certos anos,

começamos a aprender, mas não entender;

ficamos cientes, mas não compreendemos a gente e as gentes... Temos a certeza e a insegurança de quem somos,

para aonde vamos e nos perguntamos: por quê?

Os porquês com que nos vemos confrontados são variados.

E muitos deles, não decifrados devido as nossas limitações,

têm a capacidade de nos impressionar simplesmente pelo fato de terem sido suscitados, mas também pelas grandes e complexas explicações que exigem.

Na busca de respostas para os porquês, além de nos atropelarmos, atropelamos o tempo, que se tornou nosso contratempo.

Deixamos de viver e passamos a funcionar como um relógio

sem ritmo, sem movimentos precisos e sem ócio.

Estamos cada vez mais sem noção, sem exatidão, sem perdão,

sem diversão, sem sensação, sem coração, sem eira nem beira,

sem referência, sem coerência, sem idas e vindas: liberdade,

sem equidade, sem verdade, sem sossego, sem aconchego,

sem sabores, sem flores, sem amores, sem Cia, sem dia,

sem noite, sem aloite, sem passado, sem presente e

carentes de um futuro prematuro.

Tudo se transformou provisório, descartável, transitório.

Já não mais há ordem, sucessão, na nossa mente entorpecida e doente. Vivemos sem fruição do momento presente.

Nessa corrida contra o tempo, onde tudo sugere urgência,

não importa a velocidade impressa;

nunca o rápido, mesmo com toda potência, será depressa.

Aonde queremos chegar e estar? Por que a pressa?

J Martins
Enviado por J Martins em 16/02/2013
Reeditado em 16/02/2017
Código do texto: T4144139
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