PISANDO EM FOLHAS
Eu não vou criticar
Quando a chuva cair
E a minha caminhada atrapalhar
E nem vou poluir
Minha mente serena, livre pra voar
Dona Sinhá e Sr. Fulano
Com seus cansados passos
Mas com a vida exalando
Pisando folhas secas com os pés descalços
São só mais dois dentre tantos
Não buscam nenhuma gloria
Não querem ser citados nos contos
Muito menos se serão lembrados na história
Dona Sinhá e Sr. Fulano são a magia
São a essência da natureza
São o núcleo da fonte de energia
É a forma in natura da beleza
Mãos dadas, para o que o mundo lhes reservar
Passos serenos e almas unidas
Na chuva se banham no sol se unem a brilhar
Atrasados para esta sociedade, mas criaturas evoluídas
Não têm muitas palavras no vocabulário
Nem entendem dos problemas que dizem do mundo
O significado das coisas não moram no dicionário
Mora dentro de si, basta procurar lá no fundo
Dona Sinhá e Sr. Fulano podem ser qualquer um
Qualquer dois, sem egoísmo, sutil ou grotescas
De peito aberto, desejo comum
De salto alto, ou descalço pisando em folhas secas.