Valorizando as Minhas Raízes
Afirmo a todos os meus leitores e também aos meus amigos, sem rodeios e sem hesitação; não sou branco. Sim, sou mestiço, e com orgulho. Sou miscigenado, como a maior parte dos brasileiros. O meu pai é branco, a minha mãe é mulata e uma das minhas avós é índia. E eu estou ciente de que tenho muito na minha fisionomia e no meu porte físico da minha descendência indígena, dos primeiros e antigos habitantes do nosso Brasil.
Quando deixo os meus cabelos crescerem, aí é que isso fica ainda mais evidente. Tanto que, nos momentos de descontração, a minha companheira brinca me chamando de índio. Contemplo-me no espelho e vejo toda a minha descendência passar pela minha mente, todo o peso de várias culturas e raças se expondo. Imagino-me como um guerreiro de uma tribo, pintado e preparado para a guerra.
Bom, esse sou eu. E, enfim, se por algum motivo alguém zomba da minha natureza e diz que o meu rosto é estranho ou que faço muita careta quando dou um sorriso ou fico sério, eu afirmo; sinto muito, nasci assim e graças a Deus por isso. E lamento se a imagem desse poeta não satisfaz os valores estéticos criados pelos homens brancos, valores preconceituosos e monoraciais.