A despedida

Com o coração apertando, estilhaçado e com lágrimas escorrendo sem parar aos olhos, escrevo essas poucas palavras com a nobre função de amenizar um pouco a difícil missão de deixar para trás tudo que vivi durante dezoito anos, para me submeter a colocar em prática meus sonhos. Ir embora é uma decisão muito difícil. Levo comigo tudo que minha mãe me dizia em suas longas conversas, como encarar o mundo e nunca deixar a fé de lado. Com o sorriso forçado em seu rosto, ela promete com os olhos brilhando que tudo ficará bem e que jamais irá me deixar de lado, mesmo que haja 200 km nos distanciando. Meu pai com seu jeito sério de ser, meu herói, tentando através de seu coração partido me dar à segurança necessária e o conforto que o seu bebê precisa, sim, bebê eu estou entrando no mundo de responsabilidade agora, e ainda nem tenho a certeza se irei aguentar a tudo isso, mas com certeza Deus tem um propósito para mim, e é nisso que estou tentando me apegar. Despedir-se é horrível, pois é fácil de mais acordar com o sorriso de alguém lhe dizendo calorosamente ''bom dia'', ou simplesmente por ter alguém ao meu lado, se importando se estou bem ou não, se preciso de conselhos ou de um abraço apertado. É o tal do se acostumar com a presença da pessoa ali ao seu lado e depois ter que se despedir às pressas, porque não tenho força o suficiente para despedidas tradicionais então me envolvo em uma imensidão de sentimentos e lembranças e nisso retorno a chorar. Borboletas invadem meu estomago e as palavras parecem sair de minha boca como sendo cortadas em sílabas, gaguejo e acabo por não dizer nada. As reações parecem ficar trêmulas e a ideia de partir para um abraço sufocante infiltra-se em minha mente. Os amigos sabem que distância alguma não impedirá esse laço de existir, que chega uma hora que cada um precisa ir para um lado e que os finais de ano sempre serão a data para reencontros e com as mais diversas histórias para contar. Porém, o pior ainda está por vir: a falta, a saudade, dos encontros nas tardes ensolaradas, às conversas que duram horas e se juntam aos compassos das estrelas se movendo no céu. A brisa do vento batendo no rosto, a eternidade e o mundo que ainda não nos é compreensível. Essa saudade angustiante que aperta o peito, que me faz refletir que deveria ter aproveitado o máximo, que os almoços em família eram muito mais que apenas várias pessoas envolta de uma mesa recheada de alimentos. Que a oração e a união era muito mais que simples palavras e atitudes jogadas ao ar. A saudade toma posse do meu dia, e sei exatamente que não era ela que eu queria como companhia. E como remate é importante frisar que, se nada der certo eu ainda terei a quem me apoiar minha família, amigos e que caso algo dê errado, Deus irá me ajudar a tentar de novo e isso será o meu conforto. Então saibam que eu não estou dizendo adeus, quem sabe um até logo de seis anos ou mais, entretanto carregarei aqui em meu coração cada sorriso, cada lembrança, cada palavra pronunciada, cada abraço e atitude de carinho, vocês irão me fazer muita falta e obrigada por tudo, nos vemos em breve, muito em breve!

Andressa F
Enviado por Andressa F em 12/02/2013
Código do texto: T4136132
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