Carnaval
O carnaval acaba, mas os excessos podem nos marcar pelo resto de nossas vidas, ou podem marcar outras vidas simplesmente porque nos excedemos.
Muitos confundem a liberdade da alegria no carnaval, com a libertinagem ou mesmo com a condescendência de todo e qualquer excesso como se no carnaval valesse tudo. No carnaval vale tudo por uma alegria saldável e uma entrega limitada pela dignidade humana.
Que o carnaval seja rebelde, dentro da humana rebeldia, que o carnaval seja livre, dentro dos limites da dignidade humana, que no carnaval sejamos libertos dentro dos limites dos direitos dos outros.
Não sou contra o carnaval, não sou sequer moralista, entendo apenas como uma fraqueza humana levar um ano de falsas moralidades e em alguns dias fingir que somos outros, que é outra a sociedade em que vivemos ou que existem certos direitos que são proibidos por um ano e que são permissíveis neste período. Sou francamente a favor de certa liberdade, sou deveras contra os falsos moralismos, mas para tudo existem limites, e o limite é a dignidade humana e social.