ACASOS
Eu deveria estar prestes a conhecer minha nova vida, mas Deus não quis que assim fosse.
Por quê?
E agora, pisando no inferno, derramo minha angústia. Há aceitação, mas não há aceitação sem dor.
Tenho certeza que há um meio de sair, mas por enquanto não posso.
Não é orgulho, mas uma sede de estar além de mim! Uma sede de carregar lembranças que me sejam favoráveis para a futura solidão, ou mesmo adiantar o que talvez, em breve, assim não seja.
Todavia é notável a escassez da água.
Ao invés dela, tudo que há são só coincidências. - chamá-las-ei assim porque desconheço seus motivos - E que malditas! E que bárbaras! Elas sobram! Caem do céu. Colorem o mundo, malditas!
Escrever se resume a uma delas.
Viver desta maneira também.
Malditas sejam! Maldito o dia que começaram! Naquela casa, no inicio de uma adolescência macabra!
Por quê? E por que continuar? E por que pensar?
Não quero saber o motivo de sua existência, entretanto, desejo uma morte instantânea desses acasos! Se possível, o quanto antes.
Outra vida, tudo o que queria... Mas permaneci nessa coincidência!
Os mesmos passos, o mesmo maldito diálogo, a mesma maldita opção, o mesmo maldito mundo!
Por um momento até pensei que.. Mas pelo menos isso era diferente, eu sentia, graças a Deus, ódio.
Mas um ódio que não prejudicava ninguém, só a mim por um momento, até ser tudo indiferente.