Ver e não enxergar...
Nascer do Sol - Claude Monet - 1872
Eu vi, mas não enxerguei...
Eu vi o andar apressado,
Não enxerguei a pressa,
E ela movia o andar.
Eu vi a mulher elegante,
Não enxerguei a gestante,
E ela estava a gestar.
Eu vi, mas não enxerguei...
Eu vi a pessoa sofrida,
Não enxerguei a ferida,
E ela estava a sangrar.
Eu vi a mão agredida,
Não enxerguei o espinho e,
Agarrado ao caule, ele estava a espinhar.
Eu vi, mas não enxerguei...
Vi na taça do tempo, o licor da vida
Não enxerguei da morte, o veneno
E ela estava a servir no mesmo cristal.
Ah, eu vi tantas coisas...
Vi, vi... mas não enxerguei.
E, se pode o pintor, cegar e pintar,
Por certo há quem possa, ver e não enxergar.
Nascer do Sol - Claude Monet - 1872
"Quando um cantor perde a voz, ele se aposenta.
Também o pintor que não enxerga deve
abandonar a pintura, mas isso eu sou
incapaz de fazer." Claude Monet
Eu vi, mas não enxerguei...
Eu vi o andar apressado,
Não enxerguei a pressa,
E ela movia o andar.
Eu vi a mulher elegante,
Não enxerguei a gestante,
E ela estava a gestar.
Eu vi, mas não enxerguei...
Eu vi a pessoa sofrida,
Não enxerguei a ferida,
E ela estava a sangrar.
Eu vi a mão agredida,
Não enxerguei o espinho e,
Agarrado ao caule, ele estava a espinhar.
Eu vi, mas não enxerguei...
Vi na taça do tempo, o licor da vida
Não enxerguei da morte, o veneno
E ela estava a servir no mesmo cristal.
Ah, eu vi tantas coisas...
Vi, vi... mas não enxerguei.
E, se pode o pintor, cegar e pintar,
Por certo há quem possa, ver e não enxergar.