Sem sentido.

Sinto minha zona de segurança violada e agora acho que sentei e chorei por dentro.

Chorei porque não pretendi me ver tão vulnerável novamente.

Chorei porque odeio ser frágil.

Chorei porque sei quando não estou normal e eu não estou.

Chorei porque não estou conseguindo me concentrar.

Chorei porque sempre faço questão de parecer racional, quando na verdade me esforço muito para isso e as pessoas não percebem o quanto dói manter tudo em ordem.

Chorei porque sempre falei o que quis e involuntariamente ouvi coisas que não quis, como é de direito.

Chorei por motivos femininos que não eram bem complexos.

Chorei porque sempre tive medo, estou com medo e preferia morar na redoma de vidro. Posso voltar?

Chorei baixinho porque a porcaria do meu telefone não toca.

Porque tenho dificuldade de agir com o orgulho das pessoas. Preciso sentir calor para saber que esta tudo bem, fico caçando coisas por todos os lados, fico confusa.

Chorei porque tenho medo de brigas, minhas recordações são doloridas e embora minha terapia seja olhar para frente, as vezes derrapo feio. To em pânico.

Chorei porque a hora de dormir é cruel com os ansiosos e só quem tem ansiedade vai conseguir compreender esse texto, indescritível essa sensação.

Não gosto das minhas mãos balançando soltas, gosto das suas mãos enormes, segurando as minhas delicadas e pequenas, me sinto segura, me sinto zelada. O medo passa...

Adoro absolutamente sua companhia e em cinco minutos calada você não tem ideia do que se passa na minha cabeça, daquilo que não sei verbalizar.

De quantas vezes quis tomar iniciativas, mas me contive para não parecer boba, apaixonada ou que fosse qualquer tipo de cobrança, mesmo porque acredito muito que a liberdade é a forma mais bonita de união, pois é de livre e espontânea vontade de permanecer.

Amar a si mesmo e amar o próximo é exaustivo e manter a dose do dia as vezes não é tão fácil.

As vezes tenho saudades da minha infância, da menina medrosa chamando pela mãe de noite.