Três strikes

Aquela garota já havia jogado aquele mesmo jogo muitas vezes, mas agora estava sendo diferente. Nas outras vezes, ela sempre ganhava e deixava seus companheiros ultrapassarem o limite de strikes permitidos, mas nessa jogada atual ela estava perdendo de dois strikes a um de seu companheiro. Ela estava por um tris de ser expulsa do jogo. Se seu terceiro strike fosse registrado estaria fora daquele jogo que ela tanto gostava, daquele jogo que tanto tinha medo de perder, daquele jogo de onde não queria sair.

A cada dia que passava ela se culpava e se arrependia ainda mais de cada um daqueles dois strikes cometidos. E quando seu companheiro de jogo a lembrava deles e dizia como se sentiu quando ela cometeu cada um, ela só se sentia cada vez pior porque sabia que não deveria ter feito aquelas coisas. Sentia-se ainda pior sabendo que ele acreditava que o primeiro strike havia sido cometido por ela estar pensando em outro cara quando na verdade foi só um erro qualquer.

“Ah, e você sabe que já tem dois strikes. Mais um e você está fora do jogo mesmo quando a minha vontade não é de fazer isso”. Ela sabia e temia a hora em que faria alguma coisa que ele consideraria mais um strike. Era como estar andando em um chão totalmente coberto por folhas. A qualquer momento poderia pisar em uma folha grande que cobria um buraco no chão e cair. E quando caísse o jogo acabaria. Talvez pra sempre.

Debora Santos
Enviado por Debora Santos em 04/02/2013
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