A DAMA DE NEGRO – 10 O JARDIM ALHEIO

A DAMA DE NEGRO – 10 O JARDIM ALHEIO

O macho inicial, chamado de Adão, viu a fêmea em sua delicadeza deitada na relva e mesmo eles sendo feito um para o outro, ele senti-se só. Não porque estava realmente só, se sentiu só porque no fundo desejou a beleza e o poder que a fêmea inicial tinha dentro de si.

Na história do símio que ousou a fugir do paraíso há milhões de relatos da insatisfação de sua alma, insatisfação que o faz crescer, mas também pode leva-lo a meus braços.

Em todos os tempos e em todos os cantos do planeta, mesmo na alma mais feliz haverá, há e houve uma fagulha de irrequietação, esta fagulha se chama desejo.

Desejo não pelo que o primata tem na mão, mas pelo o que ele não tem em suas mãos, desejo pelo não realizado. Quando surge esse desejo o pensamento de como poderia ser, ou ter sido se ele tivesse realizado tal desejo começa a consumi-lo. Começa a levar o primata a criar teorias de como tudo poderia ser diferente “se”.

Esse “se” pode torna-se uma sombra negra nos ombros do ser dito pensante, faz a sua alma arcar com seu peso e torna a luta diária pela vida algo mais pesado. Esses “se” faz com que o ser, dito, pensante caia na tentação de querer ver a felicidade apenas na vida dos outros, mas isso é loucura, pois cada ser tem na sua existência seu próprio fardo que pode estar escondido de todos menos de quem o carrega.

O primata que vive para os “se” perde uma energia preciosa que podia estar sendo empregada para o seu próprio crescimento.

André Zanarella 26-04-2012

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 04/02/2013
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