Estrada
Olho a estrada levantando pó na curva
Cobrindo de cinza as cores vivas
Das flores quase mortas.
O coração palpita quebrantado
Em dores tão vivas
Sepultando prematura a alegria.
Quando tudo vem devolvendo alegramento
Caio nos intervalos do caminho
Ali onde a palavra não tem força
E os olhos fitam o nada.
Não sei os propósitos que negam braços
O aconchego do enlaço
Alongando pernas e devolvendo o cansaço.
Nem quantas curvas
Cheias de cumplicidades miúdas
Terei de enfrentar.
Mas sei que nenhum trajeto
Traz em si a perda consumada
Nem leva sonhos devolvendo mágoas.
Todo caminho quer levar a vida...a verdade
Reta ou curvada
Íngreme ou em declive
Só ou acompanhada.
Tudo depende de nós e mais nada.