Estrada

Olho a estrada levantando pó na curva

Cobrindo de cinza as cores vivas

Das flores quase mortas.

O coração palpita quebrantado

Em dores tão vivas

Sepultando prematura a alegria.

Quando tudo vem devolvendo alegramento

Caio nos intervalos do caminho

Ali onde a palavra não tem força

E os olhos fitam o nada.

Não sei os propósitos que negam braços

O aconchego do enlaço

Alongando pernas e devolvendo o cansaço.

Nem quantas curvas

Cheias de cumplicidades miúdas

Terei de enfrentar.

Mas sei que nenhum trajeto

Traz em si a perda consumada

Nem leva sonhos devolvendo mágoas.

Todo caminho quer levar a vida...a verdade

Reta ou curvada

Íngreme ou em declive

Só ou acompanhada.

Tudo depende de nós e mais nada.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 02/02/2013
Código do texto: T4118953
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