Emancipação
De repente deparei-me com a vereda da minha vida. Olhei para ela fixamente, olhei para os lados, não ouvi nada, nenhuma dica de direção. Lá na frente também não havia nenhuma luz piscando se revelando como um sinal. Atrás sim, muitas vozes... Mas essas eu não as quis escutar. Pela primeira vez disse NÃO! A todas elas.
Mas esperava que alguma voz do lado ou lá da frente me apontasse uma direção, foi quando me dei conta: Sou eu que vou ter que me dar a direção, sou eu que decidirei se ponho ou não meu pé aqui ou ali. Sou que vou decidir se vou só ou acompanhada. Sou eu quem vai decidir sobre o certo e o errado para mim.
As vozes lá no fundo que tanto me encomodam, sou eu que decido por não escutá-las mais, e dizer daqui pra frente eu sigo sem vocês.
Assim eu não responsabilizarei mais ninguém pelos meus fracassos, assim eu assumirei também as minhas vitórias.
Mas, sabe? não é fácil emancipar-se, não é fácil olhar para os lados e esperar que algum adulto apareça para dizer o que deve e o que não deve ser feito, ou para resolver aquele conflito que você não sabe como começou, nem como terminar. Eu sou a adulta, e ainda quero tantas vezes voltar ao colo da minha mãe e pedir que ela vá por mim.
Emancipar-se dói! Porque sempre pensamos no bônus, mas nos assustamso com o ônus.
Mas é também libertador. Não é como completar 18 anos. Talvez a emancipação nem chegue com essa idade, nem quando se sai de casa, nem quando se casa. Pode ser antes de tudo isso.Pode vir depois... Não há uma regra. Porque a emancipação é uma atitude interna que se torna visível a partir de sua concretização em atos.