- Meus Sinceros Pedidos

E tudo o que eu tinha para chorar, chorei por agora. Reclamando às calçadas, dando murros em paredes inocentes, sacrificando as lágrimas em silêncio.

Tudo o que tinha para falar, silenciou mais uma vez nas discórdias das mãos, nas tentativas que não se concretizaram, nos erros cometidos e repetidos, sempre e cada vez mais.

É burrice, com o perdão da palavra grosseira. É burrice, é falta de sentimento próprio, é querer acreditar que as coisas se renovam pela manhã, que ao dormir os sentimentos adormecem, e quem sabe esqueçam de acordar. Mas é burrice.

Te esqueci por todas as manhãs, parei de te querer a cada hora do dia, fui planejando largar você entre as caixas empilhadas em cima do guarda-roupas, me contive com teu silêncio, com tua ausência, fui deixando de te ter nas mãos, meus olhos foram esquecendo teu retrato.

Esqueceram até o dia da tua volta, desviaram-se 3 ou 4 vezes, mas encontraram-se com os teus, sem ao menos eu ter permitido.

Tudo o que eu tinha que reclamar, não reclamei, preservei a felicidade da memória, preservei o tempo que tínhamos. Tudo o que eu queria dizer, deixei para dizer com o tempo, para não assustar, não cobrei explicações, não cobrei do passado. Tudo o que tinha para sentir, ainda com medo, ainda com dúvidas, ainda com tudo contra, eu senti.

Eu fui sincera, fui verdade, não neguei teus olhos, não neguei minhas saudades.

Quando te pedi para se afastar, não menti, nem tão pouco cogitei remorso de tua parte, pedi para deixar meu caminho, deixar que seguisse com meus passos e apenas meus, deixar que as esquinas me revelassem outras mãos, outros olhos.

Quanto te pedi “paz”, levantei bandeira branca, na esperança que você dissesse adeus, e tua imagem sumisse na próxima esquina. Foram sinceras minhas palavras, como sorriso de criança, como verdades de mães, como tudo o que eu escrevo.

Quando te pedi para se afastar, eu precisei, eu supliquei. E tudo o que eu chorei calada por estes meses, se perderam nas ofensas das entrelinhas que você enviou, tudo que eu não revidei, permaneceu silenciosamente nas linhas das minhas mãos, sem ataques, sem fantasias. Eu só pedia tempo, ausência e paz.

É um gostar tão bonito, feito por-do-sol, feito chuva tranquila, feito céu nublado. Quando se gosta assim, não se importa com ofensas, com saudades, ciúmes calados, e desejos escondidos. Mas se quebra com mentiras, com sorrisos forjados, com palavras falsas.

É um gostar, como qualquer outro gostar, mas se desfiando por entre as injúrias. Quando te pedi que não repetisse os erros, eu pedi com calma, pedi na esperança de que se não fosse para ser, no outro dia tu pegaria tuas malas, e nem se quer mandaria cartas. Ofereci a chance de você ir embora.

O desejo de um final, de excluir as reticências, se faz desde antes das noites passadas, reatar o que nunca foi verdade era de inicio o prazer dos sorrisos. Hoje, é apenas o desejo de paz

Lane Oliveira
Enviado por Lane Oliveira em 31/01/2013
Reeditado em 03/02/2013
Código do texto: T4115679
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