NéVoA...
beijei-te a maçã do rosto
disseste-me um adeus sem gosto
enquanto a névoa já te engolia...
um nó me atacava o pescoço
era um negócio 'doído'
um tipo de desgosto
por ver-te indo... assim...
tão rápido...
e pensei solitária
encostada naquela muralha
que parecia fragilizada
"Sou infeliz e abandonada..."
mas um martelo imponente
batia à minha frente,
era impiedoso...
"Tu escolheste teus caminhos..."
se eu soubesse
que ser independente
fosse tão doloridamente solitário ...
se naquela época eu entendesse
que ser só era tão cruelmente o contrário
de ser feliz...
e, agora, nesta hora tão triste
me resta a lembrança que é fresca
porque partiste há poucos instantes...
e, agora, fica a rotina pesada
as horas cheias de falsa risada
as solidões populosas de sempre...
e eu me encolho, me calo
mais uma vez sou este retalho
porque me desprendi (idiota!) de ti...
mãe,
certa do pouco que valho
entrego-me parvo pedaço
à espreita por ser remendada...
já amarguei meu salário
não há suficiente dinheiro
aceita-me, ainda que falha...
corrige(-me) o erro...
mãe, quero muito VOLTAR...
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* :´( desabafos de uma filha PróDig@...