Liberdade

O jeito com que ele olha...

Faz com que eu me sinta nua.

Um jeito invasivo, não tem nada de sutil. Nada de rodeios.

É apenas o que é. Nem o que deve ser, nem o que quer ser. Apenas o é.

Não estou certa se ele próprio sabe que quer algo. O olhar parece vivo, autônomo, independente. Com vida-própria.

O que fazer agora, depois que o olhar dele invadiu minha mente,

invadiu minha memória?

Meu olhar autônomo busca esse olhar autônomo... Preciso encontrá-lo de novo.

Nem que seja para encarar a ilusão. Tocar no desapego. Nem que seja para sentir-me como no princípio. Mas, com isso, serei livre...

E mais uma vez, a minha mente, ele invade.

Parece que ele sabe, parece que ele imagina isso.

E some, desaparece, levando a recém conquistada liberdade.