A Casa amarela
Aquela distante no meio de tantas arvores, era a casa que recebia de
braços abertos aquela guria, a compreensão era paga, toda assistência com carinho, as tardes com chá e bolachinhas de nata, o caminho onde o som dos passarinhos era tão aconchegante e entre uma arvore e outra, aquela moça sentava para pensar... Mistura de dor, amor, satisfação e solidão a deixava alí, já não tinha como explicar, tentar se aproximar, contar suas verdades, experiências e cantar aos ouvidos do ser cego e mudo era um absurdo aos olhos do ser comum. A casa amarela de flores tão belas, mantinha a moça quietinha para não contrariar a voz mais alta. A revolta não existia, era comum dali pra frente viver entre as correntes da vegetação, era necessário passar algum tempo dentro do espaço compreendido e dividido por experiências inesquecíveis... O natural era silencioso e trazia entre um momento e outro muita paz, já não mais vivia aquela pequena guria, alí estava o que sobrava e recomeçava sem nome, endereço, sem lembranças, uma história tentava se aproximar para dar forma e vida a aquela pequena mulher menina. Eu me aproximei por algumas vezes, quase sempre nas madrugadas onde ela se encontrava dormindo e eu conseguia vêr seus sonhos lindos a transparecer no rosto tranquilo pelo prazer de ainda estar viva e ser querida pelos versos que atravessava a sua vida e marcava seus sonhos com desenhos e sons...
Bastava de alguma forma ser amada e acariciada pela a emoção que nunca deixou de existir em seu coração. Deixei de ir por um tempo, resolvi não visitar seu comportamento desconhecido, preferi a distância
acreditar na esperança, e com o pensamento forte de boas energias
levar para pequena guria a sensação do AMOR INFINITO que já estava escrito, muito antes dela chegar alí...