A DAMA DE NEGRO – 9 A SOLIDÃO
A DAMA DE NEGRO – 9 A SOLIDÃO
O universo estava completo... Tudo belo, um caos ordenado que apenas o Criador fosse, é e será capaz de compreender... Entre explosões e áreas de extremo silêncio, entre a negritude total da ausência da luz e o interior luminoso de uma estrela Ele também encontrou a maior das maldições.
Está é uma maldição de humanos e de deuses; é a maldição da solidão e ela pode até consumir a alma mais forte.
A princípio Ele, me criou me criou como a sua mão punidora... Sua mão modeladora, mas pela a minha própria natureza eu era incapaz de amar, de julgar, de ser uma presença real, pois fui criada para cumprir os desígnios Dele.
Ele criou criaturas para a sua companhia, mas criaturas que o amava cegamente eram como uma extensão de si mesmo, criaturas com toda uma hierarquia que apenas aceitavam e acatavam as suas vontades, assim como o universo, assim como eu, essas criaturas por um curto espaço de biênios foram suficientes para aplacar a maldição.
Então, Ele um dia apenas fez com que o acaso se combinasse, células se juntassem, formasse forma e em centenas de milênios o símio estava formado, criando e dando nomes a Ele.
O Criador estava apaixonado pela criatura, amor o qual perdura até os dias atuais, o livre-arbítrio, a rebelião dos anjos, tudo previsto para que o pequeno símio da savana tivesse vontade própria, amasse, julgasse e criasse suas teorias.
Todos nos precisamos da presença revigorante dos outros; Infelizmente sou a exceção à regra, sou gélida e triste, pois não me veem como a conclusão, como o premio, me veem como a punição, vivo triste, pois sou só e às vezes esquecida por Ele.
A companhia é uma necessidade tão vital quando o ar, comida ou água.
Na solidão a vida é vazia e o mais desejado laço é o que une o Pai aos filhos.
A solidão é o maior motivo das pessoas fugirem para o meus braços gélidos, mas para onde eu fugirei?
André Zanarella 21-04-2012