Segunda à tarde

Essa segunda feira está chata! Tempo estranho: sem chuva, sem sol. Eu não consigo me concentrar nos estudos, eu mesma me atrapalho usando meu tempo de estudar para idealizar, escrever. Eu queria ser diferente, focar-me em minha realidade e não pensar em mais nada. Mas e todas as outras vidas que eu poderia estar vivendo agora? A vida me dá 1000 caminhos, eu escolho ou ela me leva a 1 e eu vivo com a nostalgia dos outros 999, como alguém ja escreveu? Não querer que eu pense em todas essas possibilidades é duvidar da minha inteligência. Mas ir testando todas as possibilidades de vida, não é pra mim, quanta complexidade!

Até nas minhas idealizações quando tudo está pronto pro "felizes pra sempre" perde a graça. É estranho, eu sei. Mas eu queria viver de inícios: de namoro, de amizade, de ano letivo, de emprego...Começos: onde tudo é novidade, tudo dá medo. No começo todos são simpáticos, todos são bons, compreensivos. A rotina é que faz ficar chato, fazer perder o entusiasmo.

Mas começar sem terminar...parece infantil, eu sei. Mas quem disse que criança é infeliz? As crianças brincam até quando têm vontade, são amigas até quando estão afim, e se enjoam de um brinquedo novo horas após tê-lo ganhado. Crianças são autênticas e espontâneas, com todo o peso que essas palavras têm.

Começar, começar...eu preciso de começos e ao mesmo tempo preciso de algo estável, não sei me entregar aos ventos sem destino, um paradoxo! Mas como eu queria saber sair assim sem destino, sem raízes!

E assim eu vou tentando não pensar nesses 999 caminhos que eu poderia ter seguido e não segui, e enquanto isso vou dando vida à tantas personagens idealizadas para que elas possam viver por mim tudo isso, vou escrevendo. Esse é um jeito meio torto de eu saber o que faria em cada situação: mesmo que minhas personagens só durem durante os combates, durante os desafios de suas vidas, porque depois dos combates, depois dos desafios, depois de tudo calmo, sim, perde a graça!

Ps: Devia ter postado na segunda, mas não tive muito tempo!