DO VIVER

No início da manhã de 17 de janeiro de 2013

Viver é ou deveria ser aceitar tudo que vem, tudo que vai, tudo o que não vem, como sendo tudo a mesma coisa. Esperar, des-esperar, duas faces da mesma moeda. Sidarta só compreendeu a verdadeira natureza da vida e do mundo quando se desfez do último apego: o apego a seu filho; só aí sentiu-se livre para saber-se parte do Todo e do Tudo.

Tarefa para sobre-humanos? Não: tarefa para “humanos, demasiadamente humanos”, tarefa que nos bate à porta da vida, mais cedo ou mais tarde. Tarefa para seres como Jó, tarefa - cada dia mais o sinto – também para seres ínfimos como eu.

Realizar cada gesto como se nada existisse além dele. Fazê-lo com todo o nosso ser, mas, sem apego nem paixão. Ideal a ser atingido, ao longo dos caminhos do amor, das perdas, da dor. Aprendizado para muitas vidas, numa só vida. O Satori, que é também aprender o ato de se morrer em Paz.

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