As quatro estações
No inclinar do meu corpo em relação ao seu sol iremos gerar movimentos distintos e interessantes.
Ah! Se sentíssemos... cada ciclo... e a cada um deles nos entregássemos completa e irrestritamente, desfrutaríamos do que pode haver de mais inebriante...
Primavera... olhar... o encantamento... o despertar da semente, do amor em potencial...
Verão... encontrar... a paixão... o fogo que arde e fertiliza... floresce num gozo de vida, cheio de sol... amor feito lava de vulcão em chamas...
Outono... desfolhar... o despedaçar para encontrar-se nu, desnudo, esvaziado de ego, de expectativas, de ilusões baseadas em cores, formas, flores... amor maduro.
O outono é, para mim (que também me apego), a estação mais bela do amor... quando o que permanece é a essência, a visão clara do que cada um é, com todo seu tenebroso esplendor, como é o amor...
E, por fim, o inverno... a interiorização... a introspecção, a sabedoria do desfecho, a beleza oculta da morte...
Mas não a morte do fim. Nunca o fim! Sempre o recomeço.
Uma maravilhosa oportunidade de tornar nova todas as sensações, todos os sonhos, todos os sentidos, toda forma de amor...
Porque tudo é divinamente cíclico e perfeito!