Lumière

Isso será apenas um desabafo, não esperem palavras bonitas, elaboradas. Não espere construir-se com essas notas, não esperem coisa alguma disto.

Não sou boa com palavras e não sei me expressar.

Vou contar sobre mim, talvez lhe interesse, talvez não, pouco me importa.

Escrever é como libertar meus demônios e aqui fica, são muitos.

Já pensei em desistir, já pensei em fugir, já pensei em saltar do mundo!

Me vi sozinha, me vi sem bens materiais, sem família, com amigos que ainda consigo contar nos dedos de uma única mão.

Me vi fraquejando.

Perdi tudo, pensei que havia perdido.

Na data do natal do ano passado, 2012, foi o fim e o começo de tudo...

Perdi família, casa, noivo, amigos, dinheiro, pertences... perdi o rumo.

Precisei perder tudo o que eu, na minha falsa concepção, considerava de valor.

Sempre odiei datas comemorativas e cá entre nós, isso não mudou.

Sou de família tradicional e militar. Aos 8 anos presenciei, poucos minutos antes do ano novo, meus pais discutirem. Meu pai, que não tenho contato há meses, tirou a arma que estava guardada embaixo do banco do motorista e apontou em direção a minha mãe. Minha irmã tinha 3 anos e estava do meu lado, dormindo. Foi nesse instante que passei a odiar datas comemorativas, essa fora a primeira de muitas noites desastrosas. Sei que adultos eram, pais eram, amigos erram, companheiros erram, profissionais erram...

Eu não posso errar, não me permito. E erro.

Nessa noite eu decidi que eu nunca machucaria quem eu amasse, cuidaria da minha irmã e fugiria daquele inferno.

Sou bipolar, depressiva e por incrível que pareça, quero mudar o mundo, quero ajudar, todos os seres vivos e não-vivos, da forma que precisarem.

Na noite do natal do ano passado, minha mente e meu Ser se transformaram. Naquela noite cometi um erro fatal, erro que fez com que eu amadurecesse e tivesse um relacionamento com Deus.

Um sonho? Ser Psiquiatra. Partilhar de um ministério. Ter um "cãofanato". Viajar o mundo. Saber todos idiomas possíveis.

Me escondi no mundo da literatura, da escrita, da criação.

Talvez isso tenha me mantido viva, me mantido de pé e hoje, mais do que nunca, vivo pela minha fé no meu Deus vivo e no Homem.

Sou complexa, indecifrável.

Não me orgulho nem me arrependo de coisas que fiz, agradeço.

Sou intensa e ao mesmo tempo monótona demais.

Sou poço de interrogações.

Luz. Que ofusca, ilumina, encanta e destrói.

Luz irradiante, cheia e vida e de mistérios.

Luz, fonte de energia, de inspiração.

Luz que se intensa demais, cega.

Luz.

Lumière
Enviado por Lumière em 15/01/2013
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