Ser
Não sou o suficiente para ser nada. E o que sou?
Naquele dia, pensou que havia o perdido para sempre, esqueceu um pouco de si a cada passo, esse pouco que se encarregaria de virar nuvem e um dia cair em quem pede por paz. Assustada, renunciou a poesia e quaisquer outros pensamentos que tinha. Por amor, deixaria qualquer coisa de lado, contanto que tudo fosse como antes.
Procurava e não o via, o peito cheio de agonia.
Foi quando o viu, de cabelos brancos, na transição do desespero para o alivio.
Abraçou o mais forte que pode, beijou sua face.
Agora para que se concretizasse a promessa, não mais escreveria.
Entretanto, a poesia e os pensamentos não se foram, pelo contrário, voltaram cheios de graça, cheios de força.
Recebeu até uma critica:
-Essa menina tem umas ideias estranhas.
Não conteve o riso. Não sabia o que era tudo aquilo, mas sabia que continuava a ser aquilo que não sabia se realmente era.