Aonde eu irei

Aonde eu irei a partir do aqui e do agora? Não sei, ninguém sabe.

Clamo por mim, quero me encontrar, quero ser uno em mim mesmo, sendo uno com a experimentação do viver e a realização de minha humanidade social e coletiva. Mas não me acho, ou melhor me acho egoistamente em mim mesmo, não me encontro nos outros e nem encontro os outros em mim mesmo.

Corro, busco caminhos, procuro atalhos, pontes, portais, pulo obstáculos, salto abismos na procura de quem sou eu, mas não me encontro. Quando creio me encontrar, percebo-me perdido em mim mesmo.

Creio faltar-me coragem e ousadia de procurar em mim mesmo o que procuro fora, devo ter medo do que possa encontrar, e talvez falte-me força de exorcizar os que encontre em mim. Fraco, perco-me em omissão não encontrando forças para a revolta sincera que me mova a frente e avante na luta frontal e ousada pela inclusão social e pela dignidade humana.

É muito fácil falar ou mesmo escrever, quando não exponho a alma e ofereço a cara em luta franca e direta a favor dos abandonados, dos excluídos. Aonde chegarei não assumindo minhas responsabilidades, me escondendo por detrás da conivência que nada transforma, não sei, ninguém sabe, mas sei onde chegarão os excluídos e os abandonados, a desumanidade.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 10/01/2013
Código do texto: T4076675
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