Venha me dar aquele beijo falso
Quando cansar de me agradar,
Vamos fazer desse momento: arte!
Pintaremos uma tela como a de Giotto,
Ou plagiamos qualquer outro artista renascentista
O importante é a eternização desse instante:
-Um beijo morno de paladar fúnebre!
Venha, antes que eu me torne estátua de sal
Antes que eu perceba em sua boca entreaberta
Víboras escamando delicada fragilidade
Me mostre o seu veneno espalhado na saliva
Assim, inebriada, perco o amor próprio,
Virando réplica torta a embalar seu ego.

 
Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 08/01/2013
Reeditado em 08/01/2013
Código do texto: T4073221
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