Domingo...
A vida anda muito complicada, os sentidos muito trocados, existe muita dor nos beijos e muito vazio nos abraços.
O domingo, para mim, tem uma dor particular. Me faz reencontrar, através do tédio, imagens de cenários críticos, ambíguos e pseudo-afirmados. Eu sou do tipo que espera muito, que alimenta a nostalgia, não pra me sentir perdoado, mas pra mexer nas cores desses céus semi-estáticos. Quem dera um mundo livre da "prioridade-ao-ego". Exércitos-de-um-homem-só, perambulando pela cidade, em fuga da liberdade, querendo abraçar a vida de outro como uma espécie de condecoração, como um galardão hipotético de um frenesi social besta nascido na indecência de valores baseados nessa moral idiota, que mergulha o homem no vazio, e o faz permanecer lá. Oxalá uma vida forjada na beleza da infinitude, desenhada no prolífero vale do cosmos... Assim como era antes das mentiras, antes da necessidade de estarmos certos.