Romântica incurável

Eu tenho que admitir. Gosto do gosto de ter. Tenho um enorme prazer em dizer: Ele?É meu. Pode parecer que sou possessiva, ou que tenho alguma compulsão, mas não é bem isso. Quando se sabe que é seu, sabe-se também que vai ser com você o melhor e o pior. Seus serão os mais doces beijos e os mais intensos amassos. As mensagens pela manhã dizendo que sente saudade depois de uma noite incrível serão suas. Os desabafos sobre os problemas e os pedidos de conselho serão para você. Os sinceros elogios e críticas, os momentos de silêncio em que apenas o olhar já diz tanta coisa que não é preciso dizer, o calor do abraço que conforta, tudo isso será entre você e ele, porque ele é seu e você é dele. Entende agora? O ter traz tantos privilégios que vale a pena assumir que quero possuir. Sou uma romântica incurável, e poucos sabem disso. Prefiro um abraço apaixonado do que um beijo qualquer. Prefiro uma briga com quem eu amo do que uma brincadeira com alguém insignificante. Prefiro o de sempre do que sempre o novo. Mas para que precisam saber? Nós, que ainda gostamos de um namoro à moda antiga, somos taxados como fracos e carentes. Por isso me finjo de indiferente. E, às vezes, me satisfaço com migalhas. São raros os homens que se interessam por ter a mesma mulher todos os dias, que estão dispostos a superar o turbilhão de problemas que qualquer relacionamento traz. Então eu me disponho a entrar na dança, forte e independente não deixo que as coisas ultrapassem aquele momento de desejo. Me divirto com o pouco, não demonstro interesse e necessidade de mais. Com isso todos me admiram. Como você consegue não se envolver? Como você consegue controlar sua vida dessa forma? Eu apenas sorrio e digo: Aprendi. Mas é mentira. O que eu tenho é medo, medo de me frustrar, da mentira que é contada ao pé do ouvido, de ter o sentimento que um dia eu tive no peito e arrancaram sem piedade, da dor, de sentir saudade. Por isso eu finjo, como se eu acreditasse em fadas, guardo as as fantasias pra mim. Levanto pela manhã, coloco minhas máscaras e caminho sem hesitar.

AlessandraMO
Enviado por AlessandraMO em 06/01/2013
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